Porta enxerto de Café Arábica com Robusta

Conceito

Geralmente, esse assunto é pouco pesquisado e mal compreendido. Uma crença generalizada é que Robustas tem raízes menos profundas do que Arábicas, mas não há evidências boas para isso. Os dados publicados disponíveis realmente sugerem o reverso – As raízes de Robusta tendem a ser maiores e mais profundas e os enxertos de Arábica sobre eles funcionam bem nas condições de seca. A Liberica possui um sistema raiz ainda maior do que o Robusta. Ainda assim, devido às diferenças varietais, pode não ser universalmente verdade que todos os Robustas são mais resistentes do que todos os Arábicas, de modo que os técnicos devem experimentar as variedades disponíveis para encontrar uma combinação viável e teste contra Arábicas puras. O uso de porta-enxertos Robusta pode ser particularmente apropriado em condições em que os cafeeiros estão sujeitos a ataques de nematóides do solo.

Desvantagens

• Uma gama de combinações varietal de porta enxertia precisa ser testada para obter um acoplamento confiável e compatível.
• A compatibilidade pode ser limitada pela altitude, uma vez que o porta-enxerto em solos mais frios pode se desenvolver a uma taxa mais lenta do que o descendente, causando fraturas.
• Um enxerto habilidoso é necessário para obter uma alta taxa de sucesso. Se os técnicos não tiverem experiência, será necessário treinamento.

Custos

Com um operário qualificado, cada enxerto custa cerca de USD0.03 (dados da Guatemala). Uma série de ensaios de campo limitados seria bastante barato.

Atividades recomendadas

• Identificar e criar um banco de dados de variedades localmente disponíveis de Arábica, Robusta e Liberica. Os relatórios de variedades de enraizamento superficial devem ser tratados com cautela; As condições locais do solo (camada fina do solo, compactação) podem prejudicar as escolhas.
• Peça aos especialistas locais e agricultores sobre a experiência local com enxertos e quaisquer observações de ensaios de campo ou árvores enxertadas comercialmente cultivadas.
• Medir a profundidade da raiz das árvores candidatas, escavando suas raízes, sempre que possível.
• Faça uma pequena lista de combinações de enxertia mais prováveis ​​para tentar.
• Realizar enxertos em pequena escala e observar e medir compatibilidade, sobrevivência e taxas de crescimento de vários enxertos em comparação com controles não enxertados. É melhor empregar um enxertador habilidoso para alcançar uma alta taxa de sucesso.
• Medir as raízes periodicamente. Após três e seis meses, remova o solo dos sacos e mede o comprimento total das raízes; sempre que possível pesá-los (vivos e secados no forno) para determinar a massa total. Também registra o desenvolvimento aéreo do caule e das folhas.
• Teste a tolerância à seca. Para material promissor, realize testes de tolerância à seca em plantas em vaso, controlando o acesso à irrigação.
• Instalar e marcar cuidadosamente o material e os controles para estudos de longo prazo do crescimento e vigor das plantas, especialmente através de um período de seca. Eventualmente, escavar cuidadosamente algumas árvores totalmente desenvolvidas para medir o desenvolvimento e a profundidade da raiz.
• Teste em várias altitudes. Os estudos devem ser realizados em mais de uma altitude para testar quaisquer efeitos de temperatura prejudiciais na união do porta-enxerto / descendente.

Comentários adicionais

• O enxerto é uma técnica bem conhecida; o porta enxerto arábica sobre o porta-enxerto resistente aos nematoides de Robusta tem sido empregado com sucesso na América Central.
• Robusta é mais propenso a murchar em condições de seca, mas isso se deve ao fechamento estomático mais pobre do que a Arábica e, portanto, não devido a insuficiências do sistema radicular.
• Robusta também pode ser mais resistente à seca através do enxerto sobre o porta-enxertos de Liberica.
• Arábica enxertada em Liberica pode ser mais difícil devido a problemas de incompatibilidade.

Novaes, P., Souza, J. P., & Prado, C. H. B. A. (2011). Grafting for improving net photosynthesis of Coffea arabica in field in southeast of Brazil. Experimental Agriculture, 47(01), 53-68.